Sobre a Demonstração dos Fluxos de Caixa
Segundo o Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC 03, que trata sobre a DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa, o objetivo desta demonstração é trazer informações sobre o fluxo de caixa de uma entidade proporcionando aos usuários das demonstrações contábeis. Em outras palavras, uma base para avaliar a capacidade da entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como as necessidades da entidade de utilização desses fluxos de caixa.
Importante salientar que a DFC deve seguir uma determinada estrutura, onde os fluxos de caixa são classificados em Operacional, Investimento e Financiamento. Essa classificação mostra-se importante no momento de análise, pois é possível ver onde, ou em qual atividade, a empresa está precisando melhorar ou qual está consumindo um maior nível de recursos.
Ainda segundo o CPC 03, existem dois métodos que podem ser utilizados para a elaboração da DFC o método direto e o indireto, cada um deles com suas vantagens e desvantagens, no entanto hoje não nos aprofundaremos neste quesito. Concentraremos assim, a conhecer o método indireto.
Método Indireto
No método indireto de elaboração da DCF, o lucro líquido ou o prejuízo, apresentado da DRE, é ajustado pelos efeitos de transações que não envolvem caixa. Um exemplo clássico é a depreciação que apesar de afetar o lucro líquido não representa um desembolso de caixa, portanto esse valor é “estornado”, ajustando o lucro.
Então na elaboração da DFC pelo método indireto, começamos pelo Lucro Líquido apresentado na DRE (+) transações que não envolvam o caixa. Feito isso teremos, portanto, o Lucro Líquido Ajustado, somente a partir daqui que começaremos a “somar ou diminuir” os fatos contábeis que alteraram o patrimônio naquele determinado período. Para fazer estes lançamentos você precisará de outras demonstrações contábeis sendo as principais DRE e Balanço Patrimonial.
Importante falar que cada fato contábil deve ser classificado entre os três grandes grupos do fluxo de caixa, ou seja, fatos da operação (pagamento de salários, IRPJ e etc.) vão para operacional, investimentos (compra de um equipamento e etc.) para o grupo de investimento e o mesmo para os financiamentos. Não menos importante e que faz total diferença quando falamos sobre fluxo de caixa é que nesta demonstração os fatos não são contabilizados por competência mais sim por caixa, o que pode nos confundir um pouco no momento de montar a DFC pelo método indireto.
Dando seguimento, o fluxo de caixa nada mais é do que uma conta de “mais e menos”, e no método indireto seguiremos essa mesma premissa, entretanto, registraremos como aumentos (positivo) o que não gerou saída de caixa, ou seja, o que a empresa não pagou, por exemplo: um aumento nas compras a prazo, no operacional, não houve saída de dinheiro; ou um aporte no capital social, em financiamento, houve uma entrada de dinheiro. E, registraremos como diminuição (negativo) o que gerou saída de caixa, ou seja, o que a empresa pagou, por exemplo: aumento do estoque, no operacional, compras que geraram pagamentos; ou aumento no imobilizado, no investimento, que também geraram desembolso de caixa.
Veja o modelo completo da Demonstração do Fluxo de Caixa Indireto no deste artigo.
Feito tudo isso chegaremos finalmente a Variação de Caixa, apresentada em certo período, contudo, de forma detalhada onde o gestor, investidor e usuários em geral, poderão ver quais setores consomem mais caixa, e quais geram mais caixa. Informação relevante quando falamos em gestão de empresas e recursos, pois, uma entidade pode até apresentar um caixa saudável mais é importante saber também onde ela está buscando estes recursos, certamente não é bom uma empresa com uma variação de caixa “salva” por financiamentos enquanto seu operacional se encontra em graves problemas, isso já mostra a um gestor onde ele deve começar a melhorar.
Fonte: Próprio autor.
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